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domingo, 25 de outubro de 2009

SÁBIOS PRÉ-SOCRÁTICOS


Heráclito nasceu em Éfeso, há 540 a.C., numa família aristocrática. Seu pensamento irônico e crítico, expressado de forma complexa e enigmática – através de máximas difíceis de serem interpretadas – rendeu-lhe o título de “O Obscuro”. Antes mesmo do surgimento da filosofia, já se apresentava como filósofo (“amigo da sabedoria”) e afirmava receber sinais manifestados pelo lógos (razão da Natureza), que através de sua intuição eram escutados e decifrados. Destacou a importância do combate, do conflito e da oposição, como propulsores do movimento e da mudança. Para ele, tudo no universo encontra-se em constante movimento, um eterno devir – mobilidade universal. Portanto, não há permanência, nem eternidade imóvel, estagnada. A eternidade seria o próprio movimento incessante a provocar mudanças contínuas – essa é a verdade do lógos. A imobilidade só existiria no plano das aparências, das ilusões, das opiniões. “Tudo se transforma, nada permanece idêntico a si mesmo”. Em suas palavras: se tudo muda – "o todo é um". E mais, "o um é múltiplo" – pois contém em si seu contrário e sua própria diferença. Lógos e Phýsis (natureza) se compensam, se confundem e se misturam. Seu pensamento e sua verdade apontam para a valorização da diferença, da mobilidade e da multiplicidade.

Parmênides, filósofo-poeta, nasceu aproximadamente em 515 a.C., na cidade de Eléia, sul da Itália. Afirmava que a verdade era divina e que a havia recebido através dos pronunciamentos de uma deusa. Seu pensamento, expressado na forma de um poema, aponta para uma questão, que posteriormente tornou-se o problema da filosofia: o problema do ser. Tal como Heráclito, desprezava a opinião – que considerava o caminho das ilusões. Para ele, a verdade é encontrada naquilo que é – na realidade do que existe, e, por ser, pode ser pensado e dito. Portanto, só o que é, permanece, e pode ser identificado – princípio da identidade. De modo que tudo o que muda, não é. Se não é, não existe; portanto, não pode ser pensado, nem dito – princípio da não-contradição. Em suas palavras: "o ser é, e o não-ser não é". Seu pensamento radical inclui tudo que é material como suscetível à mudança, à diferença. O que difere, não é. Seria a realidade povoada pela essência do ser. Para Parmênides, o ser não nasce, nem morre – já que não tem origem, nem pode ser destruído – é eterno; não muda, nem se move – já que o movimento implicaria em mudança – é imutável e imóvel; não se divide em outros – é uno; e por fim, também não é vazio – já que o vazio não é – é pleno. Sendo assim, justificou a percepção do movimento, da mudança e da diversidade, como fruto da sensibilidade, uma ilusão dos sentidos – aparências – meras opiniões. Seu pensamento ontológico está focado na identidade, na imobilidade e na unidade.

Referência Bibliográfica:
MACIEL JR., Auterives. Pré-Socráticos: a invenção da razão. São Paulo: Odysseus Editora, 2003.

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